Infelizmente os impactos da Mudança Climática estão tangíveis. Quando o mercado financeiro se mobilizou para acelerar a agenda ESG há cerca de um ano e meio não foi à toa. O dinheiro não leva desaforo.
Essa fala de Paolo Di Sora em um evento sobre negócios tem tanta complexidade envolvida que realmente é preciso um exercício de pensamento para traduzir.
Vamos por partes:
“Um dos grandes riscos”- Crise hídrica não é nova, tem sido negligenciada, e a sua interdependência sistêmica negada. Tem muita água no Brasil, não é possível faltar, dizem os incautos. Não só falta como afeta populações mais vulneráveis, o sistema de saúde, a economia e o mercado financeiro. É uma questão Ambiental (E) clara, com consequência Social (S) e ausência de governança (G).
“Mal precificado” – O custo dos serviços ambientais nunca foram devidamente precificados. Nem as empresas, nem os governos colocaram na conta que esse é um recurso como outro qualquer – precisa ser gerenciado. Tinha que estar na conta. Desde sempre. Mas nunca esteve e agora ninguém quer cuidar do passivo.
“O movimento tático foi sair”- O capital simplesmente abandona o barco. As empresas correm atrás do prejuízo. A sociedade paga mais. Injustiça climática.
“Ir para as siderúrgicas lá fora” – Pode ser lido de inúmeras formas – Vamos continuar investindo no Business as Usual, ou Usiminas, Gerdau e CSN não têm gestão ESG, ou Não estamos nem aí e só estamos preocupados com a rentabilidade dos investimentos, ou fora Bolsonaro. A última coisa que nos vêm à cabeça é ou “Vamos investir em empresas que façam gestão ESG real”.